História
A origem de S. Miguel de Jesufrei perde-se no tempo.
Vestígios de uma antiga civilização castreja remetem para um passado longínquo, guardado somente na memória dos montes que a rodeiam.
Aquela que é conhecida, em 1123, como "Villa Segefredi", viu o seu nome evoluir até chegar ao que conhecemos hoje, em 1749, ano em que é feita referência à "Igreja de São Miguel de Jesufrei". Para trás ficam nomes como "Sancti Michaelis de Sogiofrey" (1258), "Sancti Michaelis de Sujufrey" (1290), "Jujufrey" (1320), "Jusofrey" (1400), "Sixofrey" (1437) e "Sujufrey" (1528).
Sobre a origem deste nome, conta-se que, antigamente, existia aqui uma imagem de Jesus Cristo vestido com um hábito de frade, imagem a que, atualmente, chamamos de "Senhor dos Passos". Mas esta história parece perder veracidade quando se sabe que por aqui viveu um frade, de seu nome Frei Jesus ("Jesu + Frei") e que aqui morreu, diz o povo, "em cheiro de santidade". A reforçar esta versão vem ainda o facto de ter existido, em tempos, neste local, um convento, habitado por frades eremitas de Santo Agostinho.
Ao visitar Jesufrei, torna-se indispensável conhecer a Igreja Paroquial e as Alminhas de Palhares. Mas o principal destaque vai para o Castro do Monte das Ermidas, uma das mais importantes referências históricas da freguesia, cujas escavações arqueológicas começaram em 1983. O Castro do Monte das Ermidas, também conhecido como Castelo das Ermidas, constituiu um povoado fortificado da Idade do Ferro, talvez fundado no século IV a.C. Situa-se num outeiro perto do lugar de Palhares, junto ao rio Guizando, e foi habitado, provavelmente, até à Idade Média. Nos seus limites há vestígio de uma muralha que, em alguns locais, atingiria os 4 metros de altura e de espessura. No interior dessa muralha foram encontradas as fundações de um núcleo de casas predominantemente de planta circular, bem como indícios de que os arruamentos, e especialmente um pátio central, seriam pavimentados com lajes de granito. Durante as várias campanhas arqueológicas de que foi já objecto, recolheram-se fragmentos de cerâmica datada da Idade do Ferro, bem como cerâmica de origem grega e campaniense, que teria chegado ao castro na época da romanização. Pela sua importância, está classificado pelo IPPAR como Imóvel de Interesse Público desde 1990.
Jesufrei é devota de Nossa Senhora de Fátima, a quem presta homenagem no mês de Maio. Em Julho volta a enfeitar-se para, ao longo de um fim-de-semana, celebrar o dia da freguesia. O calendário festivo fica completo a 29 de Setembro, altura em que a comunidade se une para festejar e honrar S. Miguel, o santo padroeiro da freguesia, que em tempos lhe emprestou o nome.