História de Lemenhe

Lemenhe é uma das freguesias do concelho de Vila Nova de Famalicão, a cerca de cinco quilómetros da sede concelhia.

O topónimo Lemenhe deriva do termo árabe Lamenhi, composto pela partícula la (de), pelo interrogativo mán (quem) e pelo pronome pessoal  (tomado pelo verbo auxiliar sumesfiu), o que significa "de quem é?". É provável que Lemenhe, uma povoação muito antiga, tenha sofrido sucessivas invasões mouras e o nome provenha das dúvidas relativas à propriedade das suas terras, como acontecia em todo o território.

As primeiras referências escritas a Lemenhe, surgem em 1059: "Et ripa alister Monasterio de Lemeni integro et Villa Abrigosa integra. Isto Monasterio et Villa cum incommuniationes et ecclesias."

A existência do referido Mosteiro, em Lemenhe, nunca foi confirmada. Entretanto, nos anos seguintes surgem, em documentos oficiais, referências a povoações anexas a Lemenhe. Villa Abrigosa, Sancti Andree e Pradosso.

Durante a época medieval, a Freguesia pertenceu ao Julgado de Vermoim. Foi Abadia de Apresentação da Mitra e passou, depois, a Reitoria.

O dia 13 de Junho de 1874 foi um dos dias mais marcantes da história de Lemenhe. Abateram-se fortes trovoadas e chuvas torrenciais sobre a povoação, fazendo o nível das águas do ribeiro atingir uma altura de três metros. Desde Cambeses, entre Lemenhe e Nine, e até à foz, no Rio Cávado, o ribeiro causou grandes estragos, como conta Pinho Leal, "suas águas, correndo furiosas, arrastaram tudo a quanto chegaram. Torceu, quebrou e arrancou um sem número de árvores feitas; arrasou paredes sem conta, levando pedras enormes a grandes distâncias. Desmantelou muitos moinhos e engenhos, arrasando completamente alguns. Varreu as sementeiras dos campos, abrindo nelas profundas escavações; afogando algum gado. Um homem de Gamil, que estava num moinho, fugindo para o telhado dele, dali mesmo foi arrebatado pela corrente furiosa. Foi arrastado até à freguesia de Rio Covo. Só esta Freguesia perdeu com a cheia, mais de três contos de réis, e as outras, mais de trinta. Não há memória de outro semelhante temporal."

Curiosamente, a Capela, onde hoje se venera Nossa Senhora do Carmo era, naquela altura, dedicada à milagrosa imagem de Nossa Senhora de Água Levada.

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